A Meta sempre sustentou que seus modelos de inteligência artificial Llama são oferecidos gratuitamente, reforçando sua imagem de empresa aberta e colaborativa. No entanto, novos documentos judiciais revelam que a realidade pode ser bem diferente. A empresa de Mark Zuckerberg, ao que tudo indica, possui acordos de compartilhamento de receita com provedores que hospedam seus modelos. Mas o que isso significa na prática? Vamos destrinchar esse caso.
Meta e os Acordos Secretos de Compartilhamento de Receita
A revelação vem de um processo judicial, Kadrey v. Meta, no qual a gigante da tecnologia é acusada de utilizar centenas de terabytes de e-books pirateados para treinar seus modelos de IA. Documentos recém-divulgados indicam que a Meta “compartilha uma porcentagem da receita” gerada por empresas que hospedam os modelos Llama. Em outras palavras, enquanto afirma disponibilizar sua IA de forma aberta, a Meta está lucrando com parcerias estratégicas.
Quem São os Parceiros da Meta?
Embora os documentos judiciais não mencionem quais empresas especificamente pagam à Meta, a empresa já listou vários parceiros de hospedagem dos modelos Llama, incluindo:
- AWS
- NVIDIA
- Databricks
- Groq
- Dell
- Azure
- Google Cloud
- Snowflake
Esses gigantes do setor de tecnologia oferecem infraestrutura para rodar modelos de IA, e, ao que tudo indica, estão dividindo parte da receita com a Meta.
Llama: Aberto ou Comercial?
A Meta permite que desenvolvedores baixem e utilizem os modelos Llama sem precisar de um provedor específico. Contudo, as empresas que optam por utilizar serviços de terceiros para hospedagem podem estar contribuindo para os cofres de Zuckerberg. Isso levanta a questão: até que ponto a Meta está realmente comprometida com a IA aberta?
Em uma chamada de ganhos em abril passado, Zuckerberg mencionou a possibilidade de licenciamento do acesso ao Llama e indicou que pretende lucrar através de serviços de mensagens empresariais e anúncios baseados em interações com IA. No entanto, os detalhes sobre esses acordos nunca foram divulgados oficialmente.
Os Bastidores da Polêmica: Acusações de Pirataria
A controvérsia envolvendo a Meta vai além do compartilhamento de receita. Os demandantes no processo Kadrey v. Meta alegam que a empresa não apenas usou obras pirateadas para treinar sua IA, mas também facilitou a disseminação desses materiais. De acordo com as acusações, a Meta utilizou métodos de torrenting clandestinos para obter e-books e, no processo, compartilhou esses arquivos com outros usuários. Se confirmado, isso representaria uma violação grave de direitos autorais.
Investimentos Bilionários na IA
Enquanto lida com o processo judicial, a Meta não para de investir pesado em inteligência artificial. Para 2025, a empresa planeja um orçamento de capital entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões, focado principalmente na expansão de data centers e no crescimento de suas equipes de IA. Comparado ao orçamento de 2024, esse valor representa um aumento significativo, dobrando os investimentos da companhia no setor.
Uma das formas de compensar esses custos pode ser a criação de um serviço de assinatura para o Meta AI, que incluiria recursos adicionais não especificados. Esse possível modelo de monetização reforça a ideia de que a Meta está buscando diversificar suas fontes de receita no setor de inteligência artificial.
Conclusão
A Meta se posiciona como uma empresa que promove a IA aberta, mas os documentos judiciais recentes indicam que há um modelo de negócios mais lucrativo por trás da cortina. Com acordos de compartilhamento de receita com provedores de hospedagem e investimentos bilionários em IA, fica claro que Zuckerberg está jogando em todas as frentes. Resta saber como essa estratégia será vista pelo mercado e pelos reguladores.
FAQs – Perguntas Frequentes
O que foi revelado sobre a monetização do Llama pela Meta?
A Meta possui acordos de compartilhamento de receita com provedores que hospedam seus modelos de IA, o que contradiz sua narrativa de que o Llama é totalmente aberto.
Quais empresas são parceiras da Meta na hospedagem do Llama?
Entre os parceiros estão AWS, NVIDIA, Databricks, Groq, Dell, Azure, Google Cloud e Snowflake.
A Meta realmente utilizou materiais pirateados para treinar o Llama?
O processo Kadrey v. Meta acusa a empresa de utilizar e-books pirateados e de disseminá-los através de métodos de torrenting clandestinos.
Como a Meta planeja lucrar com IA além do compartilhamento de receita?
Além dos acordos com provedores, a empresa considera lançar um serviço de assinatura para o Meta AI, adicionando funcionalidades premium.
A Meta pretende aumentar seus investimentos em IA?
Sim, a empresa prevê gastar entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões em 2025, principalmente em infraestrutura e desenvolvimento de IA.
O Llama pode ser usado sem pagar para a Meta?
Sim, desenvolvedores podem baixar e rodar os modelos de IA sem custos diretos, mas os provedores de hospedagem podem estar repassando parte da receita para a Meta.
